09 setembro 2006

Liberdade de querer o não - Heresia apaixonada

No caleidoscópio de versos, meus olhos se perderam.
Tanto amor, tanto, tanto... E a liberdade pontuando a rima que só os apaixonados sabem ler.
Fui presa de uma verdade, emoldurada por Pessoa:

"Quer pouco: terás tudo.
Quer nada: serás livre."

Sim, percebo agora.
O que fazer se o que eu nem imaginava querer é hoje o que me preenche a alma e obriga a questionar se Deus nos deu o livre arbítrio por amor ou por rancor das bocas, que muito além da prece, encontram no beijo a expressão mais próxima de felicidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

Estes dias escrevi um verso no qual descrevia o livre arbítrio como "a ang[ústia fundamental de Adão e Eva assim que pisaram fora do Paraíso". Ignoro se a imagem é realmente minha ou se a guardei de alguma leitura esquecida. Esta angústia de ser livre para decidir é, como a esperança, uma benção dúbia mas necessária, como você diz.

Ricardo Pereira disse...

quer nada: serás livre, e não é Pessoa tinha razão, mas como não querer, como não poder colocar a mão, como só ver na vitrine, como atrás de mil seguranças protegendo as jóias da coroa resistir a tentação? não sei a gente é fraco ou poeta.

Anônimo disse...

Não resista aos sentimentos. Viva. E seja o que a vida quiser...
Cuide-se!
Ronaldo Faria