09 setembro 2006

Anotações na margem

Tenho medo de olhar, acreditar, e assumir que amar de novo estava fora dos planos.

O prazer deveria ser poesia concreta, acabada em versos curtos, gozadas rápidas sem vírgula nem ponto final. Três pontinhos pra deixar a história com ares de inacabada ou eterna.

Por que o medo? De que?
- Do tempo.

Só os grandes clássicos são relidos sempre e a qualquer momento transformadores. Trágicos e definitivos.

O tempo assina meu bilhete homicida, de sensações e sentimentos. Ele que marca a carne dia após dia, murcha os seios, deforma o ventre, seca o desejo.

Quem sabe um conto, curto, erótico, belo e estéril, pra contar a novidade da conquista e só!

Dois relógios, duas eras, que num hoje iluminado de gelatinas coloridas e fumaça de cigarros acabaram se olhando pra contar minutos de espera.

Dois textos traçados de palavras e vontades. Jogos poéticos e um que de sem estilo (olhos de admiração não lêem rimas).

Ainda não crê no meu medo, no tempo? Há um único segundo sincrônico nas duas estrofes. Descobre qual é, te desafio...

O esquecimento. O adeus.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ame. Amar é viver. É o que viver valer a pena.
E cuide-se.
Ronaldo Faria