27 julho 2006

Falando com Deus

Às vezes falo com Deus. Nem sempre percebo que errei a saudação ou perdi a linha no meio da prece, retomo de onde lembro, ou do trecho mais significativo pro meu momento de dúvida ou dor e sigo adiante.
Curioso é que as respostas nunca vem de maneira clara, diretamente à minha súplica. Podem surgir numa música, um sabor gostoso da comida, uns tambores batucando lá longe, o rosto do filho dormindo, um arrepio ao telefone ouvindo a voz quem se deseja. Será isso mesmo? Ele se faz presente na minha sensibilidade pra que eu não desista, melhore, acredite e sobretudo agradeça por estar viva!
Não sei se é por incapacidade minha de aceitar dogmas, ou se a ética é tão repleta de sentido, que não me apego às orações, mas defitivamente me sinto acolhida por um imenso amor de pai e por uma magia fecunda e transformadora de um Deus que também é mãe.

Corpo

Eita! Tanta postagem linda, essas conversas com a Marla, a música, o Quintana... E vou comentar justo a Sharon Stone! HaHaHaHaHa...
Sabe que todo dia eu acordo me cobrando uns duzentos abdominais e alguns cigarros a menos? Depois começo a sonhar que o amor não liga pra isso...

Nossa história

Tenho sonhado acordada com as asas da borboleta.
Não é bem sonhar mas pular vertiginosamente do para-peito a espera de que elas se soltem e me mantenham suspensa no ar.
Ele me disse que posso voar.
Cega, bebo sua voz, acredito.
Outra moldura, também árida e incerta, me abriga em mutação.
Que venha a verdade. Solidão? Eu nego.

Embalando a mudança

Chega a dar inveja... Até da tosse pelo pó levantado, mas principalmente de ter do que se desfazer, de poder sentir saudade do que foi amor herdado e ainda sofrer com a mudança.
Estou na contramão, B. Rasgo os sacos e pacotes novos, de uma vida que não foi vivida, e precisa desesperadamente de nódoas de tempo. Preparo também minha mudança.

Boa sorte. Boa vida.

Estou chegando

Chego a sentir saudades da solidão quando tudo era sonho e a poesia importava mais.
Hoje a realidade são noites de enlace absurdo, universo paralelo de uma prosa que eu não sabia escrever, mas sei cantar, gemer e sussurrar.
Adeus ao lirismo boêmio.
Dentro do meu casulo, transformo nicotina em asas.

Recorte

"Feito amor cigano que a gente prefere esconder para não ter de sofrer..."
Se eu te contasse que tenho essa foto, guardada nuns olhos tristes, você nem entenderia.
Tenho guardado na memória o cheiro do abraço sem fim, da tarde de café, do beijo verdadeiro que nunca foi dado.

13 julho 2006

Esse merece.

Não é fácil ter um amigo com um ótimo texto e ter que deixar recados no blog pra ele saber que agente lê, mesmo que a gente não saiba escrever direito.
Pra facilitar vou usar o lugar comum, mais facinho pra jogar confetes:
Adoro teus textos e sou tua fã!!!!

Beijo, Radical A.

05 julho 2006

Quero tua coragem pra mim.

Lindo dramaturgo!
Vencer a dúvida, a timidez, o medo de errar e expor-se aos limites. Convencionalmente um trabalho presente na vida do ator. Falando por mim, não sou das melhores em correr esses riscos. Busco sempre alguma similaridade com meu repertório parco, onde me sinta confortável e segura. Sei que é um erro, mas quando o venço, me gosto mais, me sinto mais viva, quase uma artista!
Tua atitude humilde de entrega, disponibilidade pra mergulhar num universo denso, como o do teatro Butoh, e ainda a generosidade de dividir esse momento quem precisa da tua voz, gritaram forte dentro de mim...
Tuas pernas doloridas e pés descalços lançaram luz às mesquinharias do meu cotidiano.
Espera-me, eu chego logo, pra retribuir com a alma, me doando ao teu texto, forjando a mesma coragem de me entregar.

04 julho 2006

Um universo numa casca de noz.

Teu caos sagrado me encanta. Nem sei bem o que me apaixona mais, se é a precocidade de quem tem que viver e não pode esperar, ou se é o paradoxo de existir deslocado no tempo e no espaço, vivendo de arte!
Que seja...
A matéria que te compõe é rara e preciosa. Tenho orgulho de poder te tocar, e levar fragmentos comigo. Lascas de existência que ficarão por muito, muito tempo.
É lindo esse teu mundo que finge ordenar o que de mais belo existe na confusão da tua mente jovem. É muito bom te ler de novo.