29 agosto 2006

Crise

Há um momento da nossa peça em que pergunto, mas que crise? Nunca tinha pensado nesta fala como algo diferente de momento complicado, de difícil solução, até que escutei dramaturgos (vocês, meus amigos) falando sobre estrutura de dramaturgia e a crise que prepara o desenlace da trama. Não sei se era a intensão, mas passei a pensar naquela cena como uma crise que não deveria existir naquele momento, pois minha personagem, como ferramente do autor, entenderia da estrutura a ponto de identificar que aquela hora não era a da crise afinal.
Guardei comigo e penso a cada apresentação em como mostrar isso ao público. A crise tem hora pra contecer, não a que queremos, muito menos aquela pra qual estamos preparados, mas hora em que tudo o que se contruiu no roteiro se acumula e explode em urgência de reação.
Essa viajenzinha no universo dramaturgico me fez pensar no cotidiano. Nossas vidas. Escolhas.
Decidimos em algum momento, vivenciar a fé de maneira ativa, estudar preceitos, adequar condutas. Muitos pensam que isso é uma busca pela paz, mas na verdade é um comprometimento que passa longe da mera contemplação e exige esforço, dedicação e até esquecimento, pra que ocorra de forma autentica e nos eleve espiritualmente.
Assim vivo minha fé, muitas vezes disforme. Apreendo elementos, acumulo experiências até que a crise verdadeira me cobre o resgate das condutas esquecidas e me deixe escolher se quero enfrentar tudo sozinha, baseada na lógica, ou se quero crer que todos os problemas tem solução, contrariando esperanças machucadas.
As crises virão, sempre. A cada recomeço, escolho a disciplina e assumo a fé.

2 comentários:

Anônimo disse...

Segundo o Aurélio:

12. Teatr. Complicação e agravamento da intriga, que leva a ação dramática a uma catástrofe ou a conseqüência grave e decisiva; crise dramática.
Você está no caminho certo.
Cuide-se!
Ronaldo Faria

Anônimo disse...

Lembrei-me de um poema
"Minha paz

A verdadeira paz
É a paz do guerreiro
Exausto, esfarrapado,
Coberto de poeira e sangue,
Voltando para casa
Vitorioso e repleto de coragem

Não, não quero a falsa paz
A paz do repouso
Na fortaleza,
Inexpugnável e fluida,
Dos meus medos
E da condescendência"